quinta-feira, junho 27, 2013

Sem segurança, maior penitenciária do RN transfere 45 estupradores.

A Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior unidade prisional do Rio Grande do Norte, voltou a ser alvo de intervenções judiciais em razão da falta de segurança no local. Nas últimas semanas, 45 presos condenados por estupro foram tirados de suas celas e transferidos para o Presídio Estadual de Parnamirim, o PEP. As remoções foram determinadas pelo juiz Henrique Baltazar, titular da Vara de Execuções Penais do Rio Grande do Norte, que também autorizou a transferência de todos os presos que necessitam de atendimento médico. Segundo o magistrado, a unidade também não tem condições de cuidar de presos doentes. Para estes, as transferências vêm ocorrendo quase que diariamente e não há um número exato de quantos já foram e ainda serão removidos.

Alcaçuz foi inaugurada há 15 anos e, quando erguida, chegou a ser considerada pelo Estado como unidade de segurança máxima. Fica em Nísia Floresta, na Grande Natal, e passou dois meses interditada no ano passado por condições degradantes de estrutura. 

"Alcaçuz não tem condições de abrigar presos que cometeram crimes sexuais ou de violência contra mulheres. No mês passado, houve um incidente grave, uma briga muito grande, porque a maioria dos internos não aceita conviver com estupradores", explicou o magistrado. Baltazar também acumula a função de corregedor da penitenciária.

Em 19 de abril deste ano, o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), esteve em Natal e foi a Alcaçuz. Na ocasião, ele criticou o sistema penitenciário potiguar. De acordo com ele, “as unidades prisionais do estado não respeitam padrões mínimos de dignidade humana”. Barbosa visitou o estado para avaliar os resultados obtidos no mutirão carcerário realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Tribunal de Justiça do RN (TJRN). “A situação é caótica. A situação do sistema do Rio Grande do Norte é uma das mais graves do País”, acrescentou o ministro.

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