O empresário Fábio Luis Lula da Silva,
filho do ex-presidente Lula, interpelou judicialmente nessa
segunda-feira (6) o prefeito de São Carlos (SP), Paulo Altomani (PSDB),
que o chamou de dono da Friboi, gigante do setor de carnes e
alimentação. Os advogados de Fábio, também conhecido como Lulinha,
querem que o prefeito responda por injúria, calúnia e difamação caso não
se retrate publicamente.
Para convocar manifestantes a irem às
ruas no dia 15 de março em sua cidade, Altomani publicou a seguinte
mensagem no Facebook: “Não é justo o Tesouro Nacional tirar dinheiro de
nossa cidade para repassar ao BNDES para financiar por exemplo a empresa
Frioboi (sic), que pertence ao Lulinha, e que paga cachês milionários
para o ator Tony Ramos para vender em rede nacional sua carne financiada
com recursos de saúde educação limpeza publica etc.”.
Na interpelação, Lulinha diz que não é e nunca foi sócio da JBS, dona da marca Friboi. “Não é nem jamais foi sócio ou manteve qualquer relação profissional com a política ou com negócios relacionados à agropecuária, agroindústria, também não é, nem nunca foi, proprietário de frigoríficos, fazendas ou propriedades rurais”, afirma.
Em nota divulgada à imprensa, o Instituto Lula, comandado pelo ex-presidente, publicou a relação dos acionistas da JBS.
“Fica claro que prefeito se utilizou de mentiras para chamar pessoas
para uma manifestação em São Carlos. Espera-se, com a interpelação, que o
prefeito do PSDB possa se retratar e colaborar para o restabelecimento
da verdade”, diz a nota do instituto.
Esta é a segunda interpelação judicial de Lulinha contra um tucano que o aponta como sócio da Friboi. No último dia 18, o filho de Lula acionou o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista a uma rádio de Divinópolis
(MG), Domingos Sávio disse que era preciso investigar Lulinha, citado
por ele como “um dos homens mais ricos do Brasil”. “É uma bandalheira. O
homem tá comprando fazendas de milhares e milhares de hectares, é toda
semana. É um dos homens mais ricos do Brasil. E ficou rico do dia para a
noite, assim como num passe de mágica. Rico, fruto da roubalheira que
virou este país, tá cheio de rico que se enriquece ai do dia para a
noite fruto da roubalheira que tá existindo no Brasil. E não pode dizer
que não vai investigar o Lula, o Lulinha, tem que investigar o Lula, tem
que investigar o Lulinha”, disse o deputado, segundo a interpelação.
“As afirmações, além de ofensivas, são mentirosas, pois Fábio Luis Lula da Silva não e proprietário de nenhuma fazenda e não participa de nenhum negócio relacionado à agroindústria”, rebateu a defesa de Lulinha, empresário na área de jogos eletrônicos.