terça-feira, março 28, 2017

Blogueira diz à polícia que está arrependida de ofensas publicadas em foto de bebê com Síndrome de Down na internet

Em depoimento à Polícia Civil na tarde desta segunda-feira (27), a blogueira pernambucana Julia Salgueiro afirmou estar arrependida dos comentários preconceituosos publicados em uma foto de um bebê de 11 meses com Síndrome de Down postada em uma rede social. Acompanhada da mãe e do advogado, a internauta prestou depoimento ao delegado responsável pela investigação do caso, Paulo Rameh, durante aproximadamente uma hora e saiu da Delegacia de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, sem falar com a imprensa.

Segundo o advogado Humberto Cavalcante, responsável pela defesa da blogueira, ela enfrenta uma depressão. “Ela está passando por problemas depressivos, tomando medicação e tudo isso influenciou no que foi dito. Ela está bastante arrependida, tudo isso foi feito sem ter noção do que estava falando", argumentou o defensor.

De acordo com o delegado, Julia Salgueiro apresentou laudos médicos que comprovam que ela tem depressão há seis meses e alegou que estava sob efeito de remédios fortes quando fez o comentário preconceituoso. Porém, Paulo Rameh ressaltou que o arrependimento da blogueira não altera o ocorrido. 

 “No âmbito da Polícia Civil, a questão de ela ter colocado o arrependimento, não modifica o fato que ela praticou o crime. Talvez, dentro do Poder Judiciário, pode ser favorável a ela no momento de um julgamento. Ela alegou que enfrenta problemas particulares e trouxe documentos que mostram que ela está me tratamento psicológico, demonstrou estar bastante abalada, era visível que a situação emocional dela era muito forte”, contou o delegado.

Paulo Rameh afirmou que deve concluir o inquérito até a sexta-feira (31) e vai encaminhar para a Justiça o pedido de prisão preventiva da blogueira, conforme havia informado ao G1 no sábado (25). "Ela teve oportunidade de falar, colocar a sua opinião, a sua defesa. Vamos concluir o inquérito nesta semana e encaminhar para o Judiciário. Como a pena do crime que ela praticou chega a 5 anos, vou representar pela prisão preventiva. Não estamos aqui para julgá-la, e sim para encaminhar para o juiz, esse sim vai julgar", finalizou o delegado.

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