Uma das principais bases
econômicas do Rio Grande do Norte, os setores têxtil e de confecções
evoluíram nos últimos cinco anos e a produção atingiu em 2015 o ápice de
89 mil toneladas. Isso representa um volume de R$ 4,7 bilhões que são
negociados a cada ano. Essa cadeia produtiva agrega 574 empresas, que
empregam 46 mil pessoas, sendo a maioria – 39 mil – absorvida por
aquelas de porte industrial.
Os dados estão no Estudo da Competitividade dos Setores Têxtil e Confeccionista no Estado do Rio Grande do Norte, elaborado pelo Sebrae para
traçar um diagnóstico dessa atividade, sobretudo nas regiões do Seridó e
da Grande Natal, com ênfase nas unidades de facção, bonelaria,
tecelagens e vestuário de moda, onde estão concentradas a maioria das
pequenas empresas do setor.
O estudo foi apresentado
nesta terça-feira (30) e revela que a produção têxtil no Rio Grande do
Norte chegou, em 2015, a 46,5 mil toneladas – aproximadamente 2,6% da
fabricação nacional. O maior destaque dessa produtividade vem da
produção de vestuário, que já representa 3,4% da produção do país. No
período analisado, 2013 a 2015, a produção de artigos têxteis cresceu
1,9%. Nos artigos confeccionados, houve alta de 7,1%.
Nesse mesmo período, o crescimento das
receitas foi de 22,9% e de 28,6% para têxteis e confeccionados
respectivamente. Em valores monetários, os segmentos de têxteis básicos
(fios, tecidos planos, tecidos de malha e beneficiamento) movimentaram
cerca de R$ 1,0 bilhão em 2015, enquanto que o setor confeccionista
movimentou R$ 3,7 bilhões, calculados com base nos preços médios de
fábrica.
De acordo com o
levantamento, entre 2011 e 2015, houve aumento de 22,7% no número de
empresas têxteis em atividade no estado, assim consideradas aquelas que
tinham no mínimo cinco empregados em 1º de janeiro de cada ano. Já no
setor de confecção houve aumento de 11,9% no mesmo período. O estudo
mostra também que 97% das empresas desse segmento são micro e pequenas.
O diagnóstico foi apresentado pelo
consultor Marcelo Villin Prado, que conheceu de perto a realidade dos
principais polos têxteis e confeccionistas potiguares, a empresários dos
segmentos envolvidos nessa cadeia produtiva, entre eles representantes
do Grupo Guararapes, e instituições ligadas ao setor. Também prestigiou a
apresentação a diretoria executiva do Sebrae-RN, formada pelos
diretores superintendente, José Ferreira de Melo Neto, técnico, João
Hélio Cavalcanti, e de operações, Eduardo Viana.
A gerente da Unidade de Desenvolvimento
da Indústria da instituição, Lorena Roosevelt, divide a mesma opinião do
diretor e acrescenta que o estudo servirá para subsidiar os
atendimentos aos empresários, já que posiciona o RN em elação ao Brasil e
aponta tendências para os quatro segmentos têxteis mais representativos
no estado. “O estudo apresenta também os gargalos e dificuldades do
setor, orienta o desenvolvimento de soluções de capacitação e
consultorias oferecidas pelo Sebrae. Vai nos dar subsídios para ajudar
os empresários na tomada de decisão”.
A pesquisa foi conduzida
pela consultoria paulista IEMI – Inteligência de Mercado, que ouviu 186
empresas do Rio Grande do Norte responsáveis por 60% da produção total
estimada para o polo têxtil e confeccionista do Rio Grande do Norte, o
que garante aos modelos de projeção estatística utilizados, a
representatividade e a precisão necessárias às análises deste estudo. As
entrevistas foram assim divididas entre os segmentos foco de análise:
19 tecelagens, 94 de vestuário (moda), 49 facções de serviços de costura
e 25 bonelarias, totalizando 187 entrevistas realizadas com 186
empresas, pois uma delas é facção de vestuário e também produtora de
boné. Via PnoAR.