Delatores da Odebrecht negam ter relação com o apartamento vizinho ao
que o ex-presidente Lula mora em São Bernardo do Campo (SP), que,
segundo denúncia do Ministério Público Federal, foi comprado com
dinheiro da empreiteira.
A aquisição do apartamento é um dos pontos da acusação na ação que o
ex-presidente responde sob suspeita de receber propina da Odebrecht por
meio da compra de um imóvel onde seria construída a sede do Instituto
Lula.
O caso deve ser sentenciado pelo juiz Sergio Moro nos próximos meses.
Os delatores da empreiteira admitiram a participação na compra do
imóvel destinado ao instituto, mas dizem que desconhecem a transação do
apartamento.
Ocupado pelo ex-presidente, ele foi comprado em 2010 pelo engenheiro
Glaucos da Costamarques, amigo em comum do petista com o pecuarista José
Carlos Bumlai, réu na Lava Jato.
De acordo com a acusação, Costamarques era um intermediário na
operação, já que havia recebido anteriormente R$ 800 mil da DAG
Construtora, que por sua vez tem ligações com a Odebrecht.
Um contrato de locação do imóvel foi firmado em 2011 entre o
engenheiro e a ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em fevereiro.
O Ministério Público Federal, porém, afirma que o aluguel por anos não
foi pago pelo casal, configurando um favorecimento ao ex-presidente.
Costamarques disse em depoimento que só passou a receber os aluguéis
após a prisão de Bumlai, em 2015.
A defesa de Lula até agora não apresentou comprovantes de pagamento
pela locação, embora sustente que os valores foram sempre declarados no
Imposto de Renda.
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